quinta-feira, 7 de junho de 2012

10. De um lugar chamado Capela São Pedro

Na avançada pelo sertão, a cada cinco ou seis léguas, José Theodoro de Souza tinha sempre o cuidado em levantar uma cruz, erigir a capela e denominar provisoriamente o lugar, com o nome do santo católico do dia, alguma identificação geográfica (rios, morros e furnas) ou, traço marcante com o qual distinguido, após o que, construir dois ou mais ranchos para neles instalar homens compromissados com o reconhecimento das terras, localizações de possíveis predecessores e caçar índios, com isso a amanhar o sertão para a chegada das famílias em relativa segurança.
Dantas (1980: 27) diz isto de Theodoro em relação à Capela São João Batista, atualmente São Pedro do Turvo, nomeada aos 24 de junho de 1851, e não seria diferente nos outros lugares por onde passava, a incluir Santa Cruz do Rio Pardo, cuja denominação primeira, Capela São Pedro, foi dada em homenagem ao orago do dia, ou data a ele consagrada, 29 de junho de 1851. 
Para a incipiente São Pedro se escolheu o melhor local destinado ao arranchamento primário, próximo a água saudável da fonte, no pontal do Ribeirão São Domingos com o Rio Pardo, integrado na conquista de Theodoro, conforme o Registro Paroquial de Terras nº 516.
Ali as primeiras moradias e a capela foram elevadas dentro das posses que seriam transmitidas a Manoel Francisco Soares, partícipe do pioneirismo sertanejo.
Pouco se sabe do pioneiro Manoel Francisco Soares antes de sua entrada no Vale do Pardo. Antigo documento, de 29 de julho de 1847, revela-o em Silvianópolis, casado com Ignácia Pereira de Sene ou Senne (Eclesial, Matrimônios, Silvianópolis - MG: 1842-1873, no casamento de Joaquim José Soares e Maria Antonia da Cruz).
No sertão, a posse originária para Soares constou a região do rio Capivara, afluente do Pardo, mas assumiria também adiante, por situação abandonatária, as terras entre as barras dos ribeirões do Guacho e São Domingos, pelo qual rumo ao espigão Pardo / Turvo, de onde à direita seguir às nascentes do mesmo Guacho e por ele descer para se chegar ao início da descrição, votada pelas tradições.
Na verdade, o São Domingos deságua no ribeirão Mandassaia, este sim o tributário do Pardo. A tradição informa que a denominação urbana foi homenagem ao Padre João Domingos Figueira, o primeiro vigário local; para outros, apenas Soares assim decidiu, por engano ou decisão, quando das denominações das águas de sua propriedade.
Soares fracionou logo suas posses e as colocou a vendas, necessitando "empregar todos os meios para ahi attrahir novos moradores que podessem, formando um lucro consideravel garantir a paz e tranqüilidade do lugar iniciar agricultura e industria, fazer assim progredir aquella primitiva povoação." (LC Sodré, 1923: 4).
Conseguiu intentos. Os primitivos registros de escrituras e cartas de compras e vendas de terras, na região, indicam presença civilizacional desde 1851, primeiro os indivíduos depois as famílias, por volta de 1856, quando dos assentos paroquiais de nascimentos, casamentos e óbitos.
Portanto Soares, após Theodoro, porém antes de qualquer outro, manteve e fez prosperar o lugarejo São Pedro, com as primeiras construções, a cruz, a ermida e alguns ranchos de varas e taquaras entrelaçadas, amarradas com cipós, barreadas – talvez depois, com coberturas de sapé.
Ignora-se onde a originária construção religiosa. As tradições todas apontam o lado esquerdo do Ribeirão São Domingos não apenas para a ereção da capela, num lugar mais elevado e de destaque, quanto para a formação do povoado, ao derredor.
O Correio do Sertão, no primeiro histórico da fundação do lugar, que se tem notícia, informava o princípio à margem direita do Rio Pardo, sendo Manoel Francisco Soares "o primeiro habitante que aqui veio residir (...) que fez doação de terreno sufficiente para o patrimonio da igreja.", além das referências ao Revmo. Padre João Domingos Figueira quem "muito concorreu para o desenvolvimento desta povoação (...) e ainda sob suas vistas e conselhos foi levantada uma capelinha." (Correio do Sertão, 19/07/1902: 2-3). 
A capela teria antecedido a Igreja Matriz e sua localização seria onde a ermida original 'coberta de sapé', pois não teria razão outra denominar ‘capelinha’ a matriz aprontada em 1873, também sob a orientação do Padre Figueira, quando da confirmação eclesiástica do povoado à condição de Freguesia.
Não conseguida nenhuma outra anterioridade, documento de 1884 revela a existência da 'Capela Santa Cruz', numa praça com igual nome, nas imediações do encruzamento entre as ruas Barão do Rio Branco com General Osório (Câmara Municipal, Ofício de 05/08/1884).
Outras vezes mencionada na história tal capela foi demolida em 1927, juntamente com a praça, e os terrenos postos à venda pela municipalidade (A Cidade, 26/02/1927: 1).
Seria aquele o lugar ideal para o templo religioso nos tempos inaugurais, com terreno suficiente para o adro a lhe servir de possível sepulcrário, até a criação do cemitério retirado do centro urbano.

10.1. Um bairro diferente dos outros iguais
No princípio as famílias não residiam nas fazendas, preferindo a segurança dos povoados, situados entre as grandes propriedades, onde a população cuidava-se. Somente entre 1864 a 1870 as fazendas foram mais bem povoadas, tanto pela ausência dos perigos naturais do sertão, os animais selvagens e índios, quanto pela chegada em massa de mineiros fugidos do recrutamento para a Guerra com o Paraguai.
A Capela São Pedro, sem nenhuma oposição histórica, foi apenas uma dentre as povoações levantadas na região compreendida entre o Turvo e o Pardo, entre 1851 a 1858, as quais posteriormente viriam compor o município de Santa Cruz do Rio Pardo.
Santa Cruz, que fosse ainda Capela São Pedro, situava-se dentro de propriedade particular, portanto seria um bairro rural, com agrupamento de moradias em domínio privado.
Apontamentos históricos, no entanto, mostram que localidade foi elevada, primeiro, como fortaleza e sentinela avançada no sertão, somente depois feita bairro rural, face sua localização entre fazendas primitivas, aquém e além do rio Pardo e do ribeirão São Domingos.
Amanhado o sertão, ali seria o melhor e o mais seguro lugar para os trabalhadores rurais nas propriedades próximas, mencionadas as conhecidas fazendas, Pires, São Domingos, Santo Antonio e Serrinha.
Em Capela São Pedro, para se atingir as fazendas além das margens, pelo ribeirão São Domingos passava-se inicialmente pelo leito, sobre animais e veículos da época, ou a pé por pinguelas; enquanto pelo Pardo escolheu-se nas proximidades do povoado onde possível as travessias seguras, em alguns períodos do ano, a pé ou sobre montaria, aonde mais raso o rio, pelo caminho das pedras quase rentes à superfície.
Naquele local se providenciou a ponte em madeira como a maneira mais segura de passagem pelo rio, que servia de entrada e saída para a antiga Rua 5, depois General Osório.
As primeiras moradias foram agrupadas nas proximidades da ermida. Com as chegadas das famílias proprietárias as construções ganharam espaços e confortos relativos, em datas de terrenos a partir do Ribeirão São Domingos subindo o curso do Pardo.
Naqueles tempos todas as famílias dependiam do meio rural e a ele se vinculavam, como trabalhadores, proprietários ou não, porque nele se assentavam as principais atividades econômicas, ou seja, a agricultura de subsistência, pouco depois já à procura de excedentes, a pecuária e a suinocultura, ou seja, produção acima da capacidade de consumo ou demanda.
Quando o lugar transformado em bairro rural, sua prevalência sobre os demais decorreu em razão de a Igreja, num processo de descentralização, optar ali celebrar ofícios religiosos para toda a região.
A Capela São Pedro tornou-se, então, sub-sede e referência sertaneja a partir de 1860, pouco depois já denominada Santa Cruz do Rio Pardo.

10.2. Sub-sede de Paróquia
Antes de 1856 os primeiros registros de cristãos no sertão, foram relacionados, indiscriminadamente, na localidade de Botucatu para São Domingos, o local ou a região.
Com a elevação de São Domingos à condição de Vigararia, a partir de 18 de fevereiro de 1856, todos os ofícios religiosos seriam ali realizados, na Matriz São João, onde os assentos lavrados, quase todos, indicavam para a sede – 'nesta freguesia', apenas uns poucos para os bairros surgentes, a exemplos, do Turvo, do São José do Rio Novo e de Santa Cruz, assim as dificuldades em identificar quais os efetivamente santa-cruzenses ou de outras capelas.
Todos os registros de nascimentos, de casamentos e de óbitos davam-se na Matriz de São João, em São Domingos, com dificuldades para os falecimentos, que não podiam aguardar e nem agendar datas, ficando as anotações para depois.
Também eram difíceis os deslocamentos das famílias até São Domingos, e o sertão expansionista, cada vez mais longe e maior o número de habitantes. O livro de registros indicava esse fenômeno.
O sertão tinha distâncias e os caminhos eram quase sempre ruins, os transportes inadequados e cansativos, as muitas localidades que surgiam, e só havia um padre. Percorrer as capelas era quase um abandono à sede.
A praticidade recomendava escolha de localidades para o atendimento eclesial sub-regional, em datas marcadas. Atenderia interesses gerais, e o padre capelão ficaria dois ou três dias num lugar e retornaria à sede, aonde era o vigário.
A partir 14 de setembro de 1859, foi aberto livro específico, paralelo àquele de 1856, para atendimento às capelas filiais escolhidas para atendimento de uma sub-região.
Este segundo livro seria aquele que o padre Andre [Andrea] Barra portava em suas viagens pelas capelas sub-regionais, embora utilizado vez ou outra na sede, para atender os fiéis distantes que exigiam os sacramentos na sede. Sem este esclarecimento não se justificam dois livros para o mesmo fim, que se completam sem repetências de nomes nos anos que coincidem as registrações, ou seja, no período 1859/ 1873.
No segundo livro destacam-se as Capelas de 'Lençoes e São Pedro, filiais da matriz de São João, de São Domingos'.
Com esse procedimento as respectivas localidades tiveram oficializados os seus templos religiosos pela Câmara Episcopal da Comarca Eclesiástica e Diocese de São Paulo, nelas podendo celebrar os sacramentos.
Persistira, todavia, um erro administrativo: os acontecimentos cujos registros necessários, apontavam o local da realização e não o lugar de morada do fiel. Também a organização deixava a desejar, pois os registros misturavam-se, não havendo um livro para cada sub-sede.

10.3. De quando se tornou Capela Santa Cruz
A descentralização eclesiástica de setembro de 1859 teve início, em Santa Cruz do Rio Pardo, aos 04 de julho de 1860, ainda nos tempos de Capela São Pedro, e o primeiro batizando foi "Antonio: Aos quatro dias do mez de Julho de mil oito centos sesenta annos na Capella de San Pedro fi[lial] desta Matris baptizei e puz Santos Olios a [An]tonio filho legitimo de Jose da Silva Paula e Anna Joaquina de Jesus forão padrinhos Bernardino de Lima e sua mulher Angelica Maria de Oliveira do que do que para constar fiz este assento que assigno. O Vigario Andre Barra."
Naquela ocasião, certamente inaugural, Padre Andre Barra permaneceu na localidade até o dia 08 de julho, atendendo famílias locais, adjacentes e de localidades mais distantes.
Algum tempo depois Padre Barra realizou o ultimo batizado em Capela São Pedro, com essa denominação, ao "Vicente: Aos doze de novembro de mil oito centos sesenta e dois na Capella filial de S. Pedro baptizei e puz santos olios no inocente Vicente de idade de sinco mezes filho legitimo de Manoel J... e Maria Luiza da Conceição forão padrinhos Joaquim Marques do Valle e Maria Jose Lazaro em que para constar mandei fazer este assento em que me assigno. O Vigario Andre Barra." 
Encerrava-se um ciclo na história santa-cruzense.
Ausente qualquer expediente de oficialização de novo nome, aos 23 de novembro de 1862 a Capela São Pedro teve sua primeira citação como Santa Cruz do Rio Pardo, em documento da Câmara de Botucatu à Presidência da Província, apresentando o recém-criado município com seus distantes lugares, nomeados ou renomeados, aspirando criação de comarca: "Ha neste Municipio sette Igreijas, a Matriz desta Villa, a de Lençois, a de São Domingos, da Piedade do Rio do Peixe, a de Santa Crus do Rio Pardo, da Santa dos Remedios no Tiete, e a do Rio Novo, as treis primeiras pouco tem sido auxiliada pelo Governo, e as ultimas mais pequenas porem decentes e feitas a custa dos fieis, pelo que V.Exa. colligera que neste Município o povo he religiozo o que sertamente satisfara ao Governo de V.Exa. para assim ajudal-los." (APESP/BTCT, Documentos: Ofícios Diversos).
Aos 25 de novembro de 1862 a Igreja também identificava o lugar por Capela Santa Cruz do Rio Pardo, ao registrar o batismo de "Maria: A vinte e sinco de novembro de mil oito centos e sesenta dois na Capella filial de Santa Crus baptizei e pus santos olios na inocente Maria de trez annos filha legitima de Mizial [Miziel] Rozalia escrava do Padre João Domingos Figueira forão padrinhos Jose Pires de Chagas e Maria Jose ... do que para constar mandei fazer o prezente em que me assigno. O Vigario Andre Barra."
Maria, a primeira registrada santa-cruzense, faleceu em 1º de setembro de 1889, identificada "filha natural do finado Padre João Domingos Figueira” (Registro de Óbito nº 122, Livro C-1, página 41, de 02 de setembro de 1891), enquanto em assento religioso, a mesma Maria constava “filha de pais incógnitos."
No ano de 1867, Santa Cruz estava reconhecida como Capela, enquanto São Pedro do Turvo já aparecia sob a denominação Capela São Pedro, num informe do Governo Provincial quanto às delegacias de polícia não providas, entre elas, as de "Sam Pedro, Santa Cruz e Sam Sebastião do Tijuco Preto, cappellas, [do termo de Botucatu] neste anno." (RG, BN 1008, 1867/1868: A 15-9).
Alguns estudiosos entendem a localidade de Santa Cruz do Rio Pardo, já identificada como bairro de Santa Cruz, por volta de 1857, de acordo com documento da Vigararia de São Domingos, de 25 de junho daquele ano, no registro de batismo "de Anari, filho legitimo de Antonio Rodrigues de Moraes e Ana Apparecida da Conceição, da freguezia de Campestre, da Provincia de Minas Gerais, que residem no bairro de Santa Cruz. Forão padrinhos Jose Manoel de Andrade e Dona Maria da Conceição."
Junqueira, sobre citado documento, por ele conhecido através do Frei João Basílio, da Paróquia de Santa Cruz do Rio Pardo, informou o "Bairro de Santa Cruz – como era chamada a nossa Santa Cruz do Rio Pardo."
Para o mesmo Junqueira, "Esse batismo, em 1857, e outras evidências reforçam a tese da existência de Santa Cruz do Rio Pardo muito antes de 1870, sua data oficial de fundação." (2006: 40). 
Pode tratar-se de equívoco interpretativo. O aludido Bairro de Santa Cruz, mais propriamente Santa Cruz da Boa Vista, seria nome antigo do atual Distrito de Domélia, o qual não se deve confundir com Santa Cruz do Rio Pardo que, na época, era denominado Capela São Pedro, identificação assim lançada em assentos paroquiais até 1862.
Tal assertiva pelos autores (Prado & Sato) depreende-se do Decreto Estadual nº 9.775, de 30 de novembro de 1938, que, entre outros declaratórios, mudou a denominação do bairro rural Santa Cruz da Boa Vista, o antigo Bairro Santa Cruz, para Dona Amélia.
Posteriormente, por ato oficializado pelo Decreto-Lei Estadual nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, Dona Amélia tornou-se Domélia, corruptela do nome da proprietária da fazenda no local, a viúva Dona Amélia Augusto Ferreira.
Considerando inscrições de eleitores para 1859, Santa Cruz poderia ou pode, à mesma maneira, ser confundida com a localidade de Rio Pardo. Ressalve, entretanto, Rio Pardo tratar-se de povoação rural, na 'paragem do Rio Capivara', enquanto Santa Cruz do Rio Pardo ainda era Capela São Pedro. 

10.4. A morte do Padre Andre Barra
Padre André Barra, vigário em São Domingos, deixou a titularidade da vara e o capelanato de Santa Cruz do Rio Pardo, aos 13 de setembro de 1870, após quatorze anos de serviço religioso, numa situação bastante incomum: ele foi baleado por certo João, alcunhado de Italiano, acontecimento que a malícia sertaneja transformou em caso passional.
Barra teria falecido. O criminoso foi preso e o processo lançado em "Crimes Notáveis da Província de São Paulo" (RG, U 1117, 1870/1870: 5). Já aos 24 de maio de 1870, o mesmo João havia atentado contra a vida do Reverendo (RG, BN 1012, 1870/1871: 120); foragido, informam as tradições, retornaria meses depois para outra vez atentar contra o desafeto.
Com o acontecido ao vigário, em setembro de 1870, São Domingos e suas capelas ficaram sem sacerdote até 08 de janeiro de 1872, quando designado o Padre Antonio Zielinsk, para o exercício de apenas três meses, na sede.
Zielinsk foi substituído na Vigararia, aos 15 de março de 1872, pelo Padre Francisco José Serodio, português, de 30 anos de idade, mas permaneceria em Santa Cruz do Rio Pardo, como coadjutor, até data de 07 de abril de 1872, período comprovado por assinaturas em documentos, e então deu lugar ao Padre João Domingos Figueira, a partir de 31 de maio de 1872, como coadjutor, até a emancipação eclesial ocorrida aos 12 de janeiro de 1873.

10.5. Subdelegacia – Distrito Policial
Nos anos de 1860, Capela São Pedro enviava os seus presos a São Domingos e a Botucatu, freguesia e município aos quais sob a jurisdição. Botucatu seria substituída por Lençóis Paulista.
O governo paulista reconhecia a precariedade da segurança pública no interior e das péssimas condições das cadeias: "A de Botucatu é um quarto particular sem segurança, sendo necessário acorrentar os presos para evitar a fuga. Tenho conhecimento pessoal desta localidade, e posso informar com pleno conhecimento de causa. (...). Nas freguesias de S. Domingos, Lençóes (...) há pequenos quartos que servem de prisão." (RG, Doc. BN 998, 1860/1861: S 1-6). 
Algum detido em Capela São Pedro aguardava transporte para uma das cadeias, amarrado a um tronco, que as tradições firmam na antiga Praça Liberdade, atualmente Major Antonio Alóe, e a condução prisão era um carroção gradeado e puxado por bois, mas não foram encontrados documentos referentes, talvez nem precisasse, porque não podia ser diferente.
No ano de 1867, conforme vista, Santa Cruz do Rio Pardo tem o reconhecimento oficial de governo sob essa denominação, ainda Capela, quando da criação de Subdelegacia de Polícia, de acordo com documento expedido pela Secretaria da Polícia do Governo da Província de São Paulo, nº 5.504, de 31 de dezembro de 1867 "(...) Das subdelegacias foram providas (...), não incluindo-se n’este número as 6 não providas, que são (...); Sam Pedro, Santa Cruz e Sam Sebastião do Tijuco Preto, cappellas, [do termo de Botucatu] neste anno." (RG, Doc. BN 1008, 1867/1868: A 15-9).
A classificação distinguia o povoado como núcleo urbano organizado.
No exercício de 1868 o Governo da Província declarou que não estavam ainda preenchidas as vagas para a subdelegacia de Santa Cruz, "por falta de informações a respeito de pessoal idôneo." (RG, AN 1009, 1868/1869: A 1-12). 
A despeito do não preenchimento do cargo ou a ausência de pessoal idôneo, Santa Cruz do Rio Pardo, em 1869, inseria-se, no Quadro de Divisão Policial da Província de São Paulo (RG, NA 1009, 1868/1869, Mapa S/N – Comarca de Botucatu).
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Capítulo atualizado e refeito à luz de novos documentos

Recomendado para entendimento quanto a Santa Cruz do Rio Pardo ter sido Capela São Pedro: 4. O estranho equívoco político-histórico - referência à Capela São Pedro


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