Mas, o Vale do Pardo não era apenas corredor de acesso. Documentos creditam-lhe experiências de fixação de arranchados, pelo menos desde os últimos trinta anos do século XVIII, conforme Carta Provincial do Governo de São Paulo, datada de 12 de fevereiro de 1771, que obrigava moradores da região a prestar ajuda em tudo que deles necessitasse o Capitão Almeida Leme.
As terras do Pardo eram sesmadas e, em tempos, povoadas, garante o 'Repertório das Sesmarias, Livro 19, folhas 121-verso'. São contados sesmeiros, às duas margens do Pardo, destacados João Pires de Almeida Taques, Antonio Pires de Almeida Taques e o abridor de estradas, Capitão José de Almeida Leme.
O Capitão-Mor Claudio de Madureira Calheiros foi dono de sesmarias, inclusive uma acompanhando o Turvo – margem esquerda, e João Alvares de Araujo possuiu outra à direita do Pardo, enquanto Manoel Corrêa de Oliveira assumia o vão entre elas, pelo espigão Pardo/Turvo à barra do Turvo, "contestando com as sesmarias de João Alvares, Antonio Machado e Capitão Pires, todos os mattos, campos, campinas e restingas que se acharem entre os mencionados limites e moradores" – Repertório, Livro 25 fls 96-verso.
À margem direita do Pardo também estavam Vicente da Costa Taques Goes e Aranha, Francisco Paes de Mendonça e Jeronymo Paes de Proença, observados no 'Repertório, Livro 21 fls 100 e Livro 25 fls 82', respectivamente.
Data de sesmaria correspondia a uma légua de largueza por três léguas de comprimento, medidas correspondentes a 6.600 metros e 19.800 metros respectivamente, ou seja, 13.068 hectares ou 5.400 alqueires de terras, quase sempre medidas avançadas para mais, ajustando-se limites aos acidentes geográficos.
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